Resenha: INTERPOL - El Pintor

Interpol é, em MINHA opinião, o grupo americano de indie rock que mais soa e se caracteriza  como os grupos britânicos dessa mesma geração.
Contando com Paul Banks (vocais e guitarra), Daniel Kessler (guitarras) e Sam Fogarino (bateria), o atual trio não lançava um álbum de inéditas desde o homônimo álbum “Interpol” de 2010. Ao contrário dos anteriores, esse último não causou tantos comentários positivos, o que gerou dúvida sobre o que viria pela frente.




O Interpol, assim como outros grupos, bebeu claramente na fonte do post-punk do início dos anos 80. De grupos como Joy Division, Echo & The Bunymen e outros. Até aí, nenhuma novidade. Mas a questão é que eles conseguem juntar a seriedade (e certa melancolia) dessa música, com um toque de britpop, tornando as audições mais (digamos...) fáceis, para fãs de rock mais tradicional.

Outros grupos, como The National (um dos grupos "atuais" que mais me agrada), Editors e The Horrors, de certa maneira se utilizam da mesma fórmula. Hora soturnos, hora melancólicos, mas essa pitada britpop na medida certa, acaba tornando o Interpol um dos mais acessíveis e consequentemente de maior "sucesso".

E depois de um hiato de 4 anos, nos deparamos com “El Pintor”. Título que é um anagrama  com as letras que formam o nome do grupo.
Distribuído nos EUA pela Matador e na Europa pelo selo Soft Limit, teve sua pré-venda iniciada há alguns meses atrás. Disponibilizando inclusive versões em vinil preto, branco, com opções acompanhadas de pôster, camiseta, CD, etc. Passada a pré-venda, ainda foram lançadas versões de luxo em CD, limitada em vinil vermelho e as “normais” em CD e vinil preto.



Mas afinal, como soa o álbum?

É difícil ser imparcial quando falamos de um grupo que gostamos e não somos "críticos profissionais".
Mas com a abertura de “All The Rage Back Home”, que em tradução livre, seria algo como "Toda a Raiva de Volta ao Lar", fica claro a energia que seguirá pelo disco. Vocais contundentes, guitarras claras e as vezes agressivas, bateria competente e uma marcante e pesada linha de baixo. Impossível ficar indiferente à audição.

O álbum foi mixado propositadamente grave em algumas passagens, como em "My Desire" ou "Same Town, New Story", onde a batida grave do bumbo pesa além do que normalmente se faz na hora de mixar.
No geral se trata de uma grande viagem musical, onde nenhuma faixa decepciona e torna fácil repetidas audições.
Destaque para a "All The Rage Back Home", Same Town, New Story", "My Blue Supreme", "Everything is Wrong" e "Ancient Ways". Mas sem nenhum exagero, TODAS as faixas são excelentes e merecem serem ouvidas com calma e em bom volume.



A versão em vinil vermelho (que é a que possuo), tem qualidade irrepreensível, e, apesar de iniciar a primeira faixa com alguns ruídos, ao longo do disco só traz boas surpresas. Além do baixíssimo ruído de fundo, da primeira a última faixa fica evidente o bom trabalho feito na hora da mixagem e na prensagem dessa mídia com características tão particulares.

Para mim, um dos melhores álbuns de rock alternativo de 2014.
Mais do que recomendado.

Quer ver o Interpol ao vivo?
O grupo é atração confirmada no Line Up do Lollapalooza Brasil 2015.
Mais informações:
Site Oficial Lollapalooza Brasil

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WILTON B JUNIOR é casado com Tatiana e pai de Carolina e do cão Floyd.
Divide seu tempo livre entre a família, seus discos de vinil e seu violão.
Escrever é apenas um de seus hobbies. Mas junto com a música, sem dúvida essa é uma das maneiras mais sinceras de dividir com o mundo, o mundo que o habita.

Comentários

  1. Já vi o Interpol ao vivo numa noite chuvosa tipo o-mundo-está-vindo-abaixo na lapa, RJ. Era a divulgação do disco "Our love to admire". Não tenho acompanhado a banda desde então...porém, gosto muito do álbum de estréia deles. Achei esta capa do "Elpintor" fraquíssima, hein? Abs!

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